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ROMEU – Senhora, juro pela Lua sagrada, que coroa de prata os cimos de todas as árvores de fruto…
JULIETA – Oh! Não jures pela Lua, essa Lua inconstante que todos os meses muda de figura, ao rodar na sua órbita. Tenho medo de que o teu amor se torne tão inconstante como ela…
ROMEU – Porque hei-de então jurar?
JULIETA – Não jures por coisa alguma. Ou, se quiseres, jura pela tua graciosa pessoa, que é o deus da minha idolatria, e eu acreditar-te-ei.
ROMEU – Se o amor profundo do meu peito…
JULIETA – Bem, não jures. Embora a minha alegria de te ver seja grande, não sinto alegria alguma nesta noite com o teu juramento. É demasiado brusco, demasiado imprevisto e repentino, demasiado semelhante ao relâmpago, que desaparece antes que se possa dizer: “Ele brilha!”. Boa noite, querido! Este amor em botão, amadurecido pela brisa do Estio, talvez se transforme em flor esplêndida no nosso próximo encontro. Boa noite! Oxalá que a paz e calma deliciosas que enchem o meu peito possam também encher o teu coração.
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